NAFTA TRASH... VAMPIRELLA

Você se lembra do filme da Vampirella? Pois é… nem todo mundo lembra, e quem lembra, talvez prefira esquecer! 😅

Mas, como bons amantes do cinema "trash", não poderíamos deixar de revisitar essa pérola do baixo orçamento, onde os efeitos especiais eram duvidosos, os diálogos ainda mais, e as atuações... bem, canastronas é um elogio carinhoso.

Baseado na icônica personagem dos quadrinhos, o filme tentou — com muito esforço e pouco recurso — levar para o live action o universo sombrio e sedutor da vampira extraterrestre. O resultado? Um daqueles filmes que você assiste com um misto de vergonha alheia e um sorriso no rosto. 

Fracasso comercial e de crítica, a produção se tornou um clássico cult involuntário, digno de ser lembrado (ou redescoberto) por quem ama uma boa produção "trash" que beira o absurdo — e que, justamente por isso, conquista seu lugar especial no coração dos nostálgicos de plantão.


SINOPSE: No planeta Drákon, uma raça de vampiros civilizados vive em relativa paz. Mas tudo muda quando Vlad Tepesh, um rebelde sedento por poder (sim, ele mesmo... o futuro Drácula), trai seu povo, assassina o conselho dos anciãos e foge para a Terra com seus seguidores. Entre os que ficaram para trás está Ella, filha de um dos líderes assassinados. Jurando vingança, ela parte em perseguição a Vlad, chegando ao nosso planeta.
Séculos depois, Ella assume a identidade de Vampirella, uma caçadora sensual e impiedosa que se une a uma agência secreta do governo para eliminar os vampiros de Vlad que se espalharam entre nós. Entre perseguições, confrontos e efeitos visuais bastante... "especiais", Vampirella tentará restaurar a honra de seu povo e derrotar o temido Vlad de uma vez por todas.



Título Original: Vampirella
Ano:1996
País: EUA
Telefilme: Showtime Channel
Gênero: Ação, Terror, Ficção Científica
Duração: 82 minutos
Produtor: Roger Corman
Direção: Jim Wynorski
Roteiro: Gary Gerani
Baseado na Personagem "Vampirella" da Warren Publishing
Elenco Principal:
- Talisa Soto como Vampirella
- Roger Daltrey como Vlad
- Richard Joseph Paul como Adam Van Helsing
- Brian Bloom como Demos
- Corinna Harney como Sallah
Fotografia: Gary Graver
Edição: Mark Speer
Estúdio: Concorde-New Horizons
Música: Joel Goldsmith
Cinematografia: Adam Kane
Edição: Robert L. Goodman


OPINIÃO

Aqui no blog, sempre defendemos que “trash” não é sinônimo de “ruim” — geralmente, é só falta de orçamento, não de criatividade. Mas Vampirella, infelizmente, força nossos limites. Neste caso, o termo “lixo” se aplica sem culpa.

A produção ficou nas mãos do lendário Roger Corman, mestre do baixo orçamento, com direção de Jim Wynorski — especialista em filmes B que, pasmem, diz se arrepender dessa obra. E com razão: trata-se basicamente de uma versão Ashcan apressada, feita só para Corman não perder os direitos da personagem.

Nos quadrinhos, Vampirella é símbolo de sensualidade. No filme? Nem perto. Mesmo com Talisa Soto no papel (a eterna Kitana de Mortal Kombat), o figurino parece comprado em banca de camelô e a direção falha em capturar qualquer traço de charme da atriz. Dizem que era pra ser “menos provocante” por exigência do canal Showtime. Mas convenhamos: sensualidade não depende de nudez — depende de direção competente, e aqui passou longe.

Talisa até tenta salvar o desastre, assim como Roger Daltrey (sim, o vocalista do The Who) como o vilão Vlad. E sejamos justos: os closes no rosto de Talisa talvez sejam a única coisa que funciona minimamente bem.

Quanto aos (d)efeitos especiais e ao roteiro arrastado... melhor nem comentar. O filme só vale mesmo pela curiosidade mórbida de ver Vampirella em live action. E só. Prepare-se para assistir com o controle remoto por perto — ou com o dedo no botão de “parar”. Nota: 4/10


A personagem Vampirella foi criada em quadrinhos por Forrest J. Ackerman em 1969, e estreou na antiga editora Warren Publishing, nas páginas de "Creepy e Eerie" e que, posteriormente, ganhou uma revista própria. Apesar de idealizador, Ackerman não a finalizou sozinho, tendo influência direta de outros nomes importantes como Trina Robbins e Frank Frazetta, que definiram a roupagem e o desenho original dela, respectivamente. Mas também teve outros artistas igualmente importantes como Tom Sutton, José Gonzales, Enrich, Sanjulian, Gonzalo Mayo e outros.
A editora buscava publicar uma revista de uma garota moderna com super poderes, uma espécie de bruxa ( influênciado pelo sucesso de Barbarella ). O nome "Vampirella" foi criado por Ackerman e enviado para Jim Warren, que o colocou numa lista com mais cinco nomes sujestivos, onde as pessoas que visitavam a editora puderam dar seu voto e "Vampirella" foi o que mais agradou. 
Originalmente,Vampirella é uma vampira extraterrestre de um planeta que possui dois sóis chamado Drakulon (ou Draculon). Os super-poderes da Vampirella original eram se transformar num morcego, hipnotização, invisibilidade e uma certa força.


No Brasil, Vampirella teve uma presença tímida e irregular. Sua estreia aconteceu em 1973 pela extinta editora Kultus, com a primeira edição americana traduzida — inclusive com erros, como “vampira de Dracuraria” em vez de Drakulon. Da segunda à décima edição, as publicações ficaram por conta da também extinta editora Noblet. A numeração não seguia a original americana, o que confundia a cronologia e prejudicava a compreensão do universo da personagem.

A situação piorou com o fim da publicação na décima edição e a inclusão de tiras "engraçadas", que na prática eram de mau gosto e apenas ridicularizavam a personagem.

Nos anos 1990, Vampirella teve um breve ressurgimento. Em 1998, a editora Metal Pesado lançou duas edições: Edição Especial de 25 Anos (abril) e Vampirella vs Pantha (agosto), mas logo fechou. Em outubro do mesmo ano, a Abril publicou o crossover Mulher-Gato & Vampirella.

Em 2001, a Devir lançou no Brasil uma versão nacional de Vampirella Lives, com acabamento de qualidade, sob o título Vampirella Vive. Antes disso, também publicou uma tiragem limitada em estilo mangá desenhada por Kevin Lau, que depois criaria uma versão futurista da personagem chamada Vampi.

Essa versão futurista, Vampi, ganhou uma série própria em 2000 pela Anarchy Studio. Acompanham a personagem em busca de cura para seu vampirismo, num universo alternativo. A série principal teve 25 edições e gerou diversas minisséries: Vampi Vicious, Vicious Circle, Vicious Rampage e Vampi vs Xin.

Em 2012, a Dynamite Entertainment lançou um omnibus reunindo as 18 primeiras edições dessa fase. E em 2014, lançou Li’l Vampi, escrita por Eric Trautmann e ilustrada por Agnes Garbowska, trazendo uma versão infantil da personagem enfrentando monstros na cidade de Stoker, Maine.

Nos anos 1990, durante a febre dos "cards", o Brasil também recebeu duas coleções oficiais da personagem. A terceira, Blood Lust, com arte exclusiva de Joe Jusko, também circulou por aqui.

Apesar da presença fragmentada e instável por aqui, hoje é bem mais fácil acompanhar o universo de Vampirella graças à internet e ao acesso a edições importadas. Mas é fato: o Brasil nunca foi exatamente um lar acolhedor para os fãs da morena de Drakulon.

CURIOSIDADES:

  • A personagem Vampirella ficou em 35º lugar na lista das "100 mulheres mais sexys dos quadrinhos" do Comic Buyers' Guide.
  • A adaptação para o cinema passou pelas mãos da Hammer e da AIP antes de ir parar nas mãos do Roger Corman (vide QUARTETO FANTÁSTICO).
  • O filme recebeu críticas mistas a negativas na época de seu lançamento, com muitos críticos apontando sua produção de baixo orçamento e efeitos especiais datados. No entanto, ele ganhou um status de culto entre os fãs da personagem Vampirella e do diretor Jim Wynorski.
  • A trilha sonora foi composta por Joel Goldsmith, filho do lendário compositor Jerry Goldsmith. Joel é conhecido por seu trabalho em séries de TV de ficção científica, como "Stargate SG-1".
  • As filmagens aconteceram em pleno verão em Las Vegas, dificultando a produção, especialmente por causa dos trajes e da maquiagem pesada de alguns personagens.
  • Equipamentos importantes foram roubados durante as filmagens em Las Vegas, o que causou atrasos e mais custos imprevistos.
  • O Diretor, Jim Wynorski, queria Julie Strain como Vampirella, mas o estúdio insistiu em Talisa Soto,, que ele considerava errada para o papel por não representar bem o visual e a atitude da personagem.
  • Talisa Soto, que interpretou Vampirella, também é conhecida de filmes como 007- Permissão Para Matar, Os Reis do Mambo, Don Juan de Marco e Mortal Kombat.
  • Jim Wynorski disse em entrevistas que o filme foi “um desastre em todos os sentidos” e se arrependeu de não ter abandonado o projeto.
  • Em 2021, a Dynamite Entertainment anunciou que um novo filme estava em desenvolvimento, além dos planos de adaptações para a televisão baseadas no Universo Vampirella.

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