Antes de tudo, vamos acalmar os fãs mais sensíveis: sim, eu sei que usei “trash” e Darkman na mesma frase. Não, não é um insulto gratuito. O termo aqui não significa “lixo”, mas sim aquele cinema com orçamento enxuto, efeitos especiais engenhosos (e às vezes toscos), atuações um tanto canastronas... e que, no fim, conquistam o coração da gente. Porque, convenhamos, Darkman é um baita filmaço cult e merece ser lembrado.
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Pois bem, quando Sam Raimi se viu impedido de dirigir uma adaptação oficial de Batman ou The Shadow, decidiu inventar sua própria criatura. O resultado foi Darkman – Vingança sem Rosto (1990), inspirado nos clássicos monstros da Universal dos anos 1930 e temperado com pitadas de The Shadow e Spirit. Nascia assim Peyton Westlake (Liam Neeson), um cientista que desenvolvia pele sintética para vítimas de queimaduras. O problema? O material só durava 99 minutos antes de se dissolver. Trágico, não? Pois depois de ser desfigurado por criminosos, Westlake assume a identidade de Darkman, um vingador de moral duvidosa, meio herói, meio fantasma da ópera, 100% rancor.
Curiosidades:
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Sam Raimi queria seu amigo Bruce Campbell (o eterno Ash de Evil Dead) como protagonista, mas a Universal preferiu um nome mais “vendável”. O resultado foi a primeira grande chance de Liam Neeson em Hollywood.
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O filme nasceu no cinema e depois migrou para os quadrinhos — algo incomum para super-heróis. A Marvel publicou uma minissérie em 3 edições nos anos 90, além de crossovers, incluindo um divertido encontro entre Darkman e Ash.
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O orçamento foi de US$ 16 milhões. Parece muito? Pois é o mesmo valor que a Marvel gasta hoje em café e figurinhas de CGI.
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As maquiagens do filme, feitas antes da era dos efeitos digitais, ainda impressionam. Neeson realmente parece um ser humano em decomposição... e não por causa do roteiro, ok?
É uma produção que mistura quadrinhos, terror e ação em doses quase experimentais. Sim, o roteiro é simples e exagerado, mas é justamente aí que mora o charme.
E as sequências?
O sucesso cult de Darkman gerou duas continuações diretas para o mercado de VHS:
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Darkman II: O Retorno de Durant (1995), que trouxe de volta Larry Drake como vilão.
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Darkman III: Enfrentando a Morte (1996), estrelado por Jeff Fahey e Arnold Vosloo no papel principal (sim, o mesmo da múmia de Brendan Fraser).
Ambos são facilmente descartáveis, a não ser que você goste de torturar seus amigos com maratonas de filmes “ruins que são bons” no melhor estilo nostalgia trash.
Opinião
Darkman pode até não ter o polimento das superproduções da Marvel ou da DC de hoje, mas quem precisa de CGI caríssimo quando se tem Liam Neeson enfaixado, gritando com a intensidade de alguém que acabou de descobrir que o micro-ondas queimou sua pipoca? O filme é exagerado, teatral e deliciosamente brega. Em outras palavras: TRASH...ops, quero dizer perfeito.
Se você é fã de Raimi, de quadrinhos ou simplesmente de boas esquisitices do cinema dos anos 90, Darkman é obrigatório.
NOTA: 8/10
BÔNUS:
- FILMES INESQUECÍVEIS...RETROCEDER NUNCA, RENDER-SE JAMAIS!
- TRASH Movie | BLÁCULA, O VAMPIRO NEGRO (1972)
- TRASH MOVIE - "FROM BEYOND" - FAZ LOVECRAFT REVIRAR NO TUMULO!!
- TRASH MOVIE | BARB WIRE, A JUSTICEIRA
- TRASH MOVIE | AÇO ou STEEL - O HOMEM DE AÇO (Steel) - 1997
- TRASH Movie: Nick Fury: Agente da S.H.I.E.L.D (1998)
- PAPO DE CINEMA: Trocando as Bolas (Trading Places) 1983
- TRASH Movie: LIGA DA JUSTIÇA AMÉRICA (1997)
- Papo de Cinema | MERCENÁRIOS DA GALÁXIA (Battle Beyond Stars) - 1980
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