NAFTATRASH... DARKMAN, VINGANÇA SEM ROSTO


Antes de tudo, vamos acalmar os fãs mais sensíveis: sim, eu sei que usei “trash” e Darkman na mesma frase. Não, não é um insulto gratuito. O termo aqui não significa “lixo”, mas sim aquele cinema com orçamento enxuto, efeitos especiais engenhosos (e às vezes toscos), atuações um tanto canastronas... e que, no fim, conquistam o coração da gente. Porque, convenhamos, Darkman é um baita filmaço cult e merece ser lembrado.

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Pois bem, quando Sam Raimi se viu impedido de dirigir uma adaptação oficial de Batman ou The Shadow, decidiu inventar sua própria criatura. O resultado foi Darkman – Vingança sem Rosto (1990), inspirado nos clássicos monstros da Universal dos anos 1930 e temperado com pitadas de The Shadow e Spirit. Nascia assim Peyton Westlake (Liam Neeson), um cientista que desenvolvia pele sintética para vítimas de queimaduras. O problema? O material só durava 99 minutos antes de se dissolver. Trágico, não? Pois depois de ser desfigurado por criminosos, Westlake assume a identidade de Darkman, um vingador de moral duvidosa, meio herói, meio fantasma da ópera, 100% rancor.

Curiosidades:

  • Sam Raimi queria seu amigo Bruce Campbell (o eterno Ash de Evil Dead) como protagonista, mas a Universal preferiu um nome mais “vendável”. O resultado foi a primeira grande chance de Liam Neeson em Hollywood.

  • O filme nasceu no cinema e depois migrou para os quadrinhos — algo incomum para super-heróis. A Marvel publicou uma minissérie em 3 edições nos anos 90, além de crossovers, incluindo um divertido encontro entre Darkman e Ash.

  • O orçamento foi de US$ 16 milhões. Parece muito? Pois é o mesmo valor que a Marvel gasta hoje em café e figurinhas de CGI.

  • As maquiagens do filme, feitas antes da era dos efeitos digitais, ainda impressionam. Neeson realmente parece um ser humano em decomposição... e não por causa do roteiro, ok?


Se você curte a fase inicial do diretor — Evil Dead (1981), Crimewave (1985), Uma Noite Alucinante (1987) — vai reconhecer em Darkman aquele mesmo humor negro, a câmera alucinada, os cortes rápidos e a criatividade para disfarçar o orçamento limitado. Dá até para dizer que o filme é um protótipo da trilogia Homem-Aranha que Raimi comandaria anos depois.

É uma produção que mistura quadrinhos, terror e ação em doses quase experimentais. Sim, o roteiro é simples e exagerado, mas é justamente aí que mora o charme.

E as sequências?

O sucesso cult de Darkman gerou duas continuações diretas para o mercado de VHS:

  • Darkman II: O Retorno de Durant (1995), que trouxe de volta Larry Drake como vilão.

  • Darkman III: Enfrentando a Morte (1996), estrelado por Jeff Fahey e Arnold Vosloo no papel principal (sim, o mesmo da múmia de Brendan Fraser).

Ambos são facilmente descartáveis, a não ser que você goste de torturar seus amigos com maratonas de filmes “ruins que são bons” no melhor estilo nostalgia trash.

Opinião

Darkman pode até não ter o polimento das superproduções da Marvel ou da DC de hoje, mas quem precisa de CGI caríssimo quando se tem Liam Neeson enfaixado, gritando com a intensidade de alguém que acabou de descobrir que o micro-ondas queimou sua pipoca? O filme é exagerado, teatral e deliciosamente brega. Em outras palavras: TRASH...ops, quero dizer perfeito.

Se você é fã de Raimi, de quadrinhos ou simplesmente de boas esquisitices do cinema dos anos 90, Darkman é obrigatório. 

NOTA: 8/10


SINOPSE: Peyton Westlake (Liam Neeson) é um brilhante cientista que descobre uma forma de produzir pele humana de forma artificial, o que pode revolucionar a medicina. Porém, o produto dura apenas 99 minutos exposto à luz antes de se desintegrar. A namorada de Peyton, Julie (Frances McDormand), é uma advogada criminal que está na cola de um grupo de mafiosos. Ela deixa na casa dele uma pasta com documentos importantes que incriminam os bandidos. Certa noite, o laboratório é atacado e destruído por um incêndio que deixa o cientista desfigurado, quase morto. No hospital, ele recebe um tratamento experimental que o salva, deixando-o insensível à dor e com uma força incrível. Agora, Peyton usa a tecnologia que desenvolveu para criar diversos rostos diferentes e buscar vingança contra aquele que roubaram sua identidade.


Título: DARKMAN, VINGANÇA SEM ROSTO
Título Original: Darkman
País: EUA
Ano: 1990
Duração: 96 Min.
Gênero: Ficção, Ação/Aventura e Drama
Roteiro: Chuck Pfarrer, Sam Raimi, Ivan Raimi, Daniel Goldin e Joshua Goldin
Produção: Robert G. Tapert
Direção: Sam Raimi.
Elenco Principal: 
- Liam Neeson como Peyton Westlake / Darkman
- Frances McDormand como Julie Hastings
- Ted Raimi como Rick
- John Landis como Físico
- Colin Friels como Louis Strack Jr.
- Larry Drake como Robert G. Durant
- Nelson Mashita como Yakitito
- Jessie Lawrence Ferguson como Eddie Black
- Rafael H. Robledo como Rudy Guzman
- Dan Hicks como Skip
- Dan Bell como Smiley
- Nicholas Worth como Pauly
- Aaron Lustig como Martin Katz
- Arsenio 'Sonny' Trinidad como Hung Fat
- Said Faraj como Escriturário da loja de conveniência
- Nathan Jung como Guerreiro chinês
- Professor Toru Tanaka como Guerreiro chinês #2
- John Lisbon Wood como Assistente
- Frank Noon como Camelô
- Maggie Moore como Enfermeira
Música: Danny Elfman
Cinematografia: Bill Pope
Direção de arte: Phil Dagort
Efeitos especiais: Matte World Digital Spectacular Effects Unlimited Visual Concept Engineering
Makeup
Figurino: Grania Preston
Edição: Bud S. Smith e David Stiven
Companhias produtoras: Renaissance Pictures e Universal Pictures

BÔNUS:



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