NAFTASÉRIE... ARMAÇÃO ILIMITADA


Neste NAFTASÉRIE, desta vez revisitamos uma das joias da televisão brasileira dos anos 80. A atração surgiu em 1985 sem grandes pretensões, mas acabou se tornando um verdadeiro marco: ARMAÇÃO ILIMITADA. Criada para conquistar o público jovem, a produção unia aventura, humor e esportes radicais, trazendo um frescor inédito à telinha. Seu estilo moderno se destacava pela edição ousada, repleta de referências a histórias em quadrinhos, videoclipes e toda a efervescência da cultura pop da época.

O elenco central girava em torno do carismático triângulo formado por Juba, Lula e Zelda Scott, que, em pouco tempo, abriram espaço para o carismático “Bacana”, um garoto órfão cheio de esperteza. A cada episódio, o programa mergulhava nos mais variados clichês e delírios da ficção: agentes secretos, vampiros, sereias, políticos corruptos, super-heróis, clones de James Bond e até monstros bizarros. Foram quatro temporadas de pura imaginação, criatividade e ousadia televisiva.

E aí, bateu a lembrança? Se nunca ouviu falar ou se só tem vaga memória, não se preocupe — embarque com a gente nessa viagem divertida ao mundo irreverente de Armação Ilimitada.


SINOPSE: Armação Ilimitada acompanha as aventuras de Juba (Kadu Moliterno) e Lula (André de Biase), dois inseparáveis amigos que dividem a vida na Zona Sul do Rio de Janeiro e comandam uma empresa de serviços radicais que leva o mesmo nome da série. Sempre prontos para encarar desafios, eles se metem em trabalhos que vão de mergulhos e competições esportivas até missões como dublês de cinema, vivendo situações cheias de ação e bom humor.

No meio dessa rotina eletrizante surge Zelda Scott (Andréa Beltrão), uma jornalista destemida que acaba balançando o coração dos dois, criando um divertido e complicado triângulo amoroso. Completam a turma o carismático Bacana (Jonas Torres), um garoto órfão que se torna parte da família, e o rabugento, mas impagável, Chefe (Francisco Milani), editor do jornal onde Zelda trabalha.

Misturando romance, aventura e muito carisma, a série marcou época e conquistou toda uma geração com seu estilo ousado e inovador.




Título: ARMAÇÃO ILIMITADA
País: Brasil
Ano:1985
Género: Comédia, Ação, Aventura e Musical
Criadores: Kadu Moliterno, André de Biase e Daniel Filho
Elenco Principal:
 - JUBA (Kadu Moliterno)
 - LULA (André de Biasi) 
 - ZELDA SCOTT (Andréa Beltrão) 
 - BACANA (Jonas Torres)
 - RONALDA CRISTINA (Catarina Abdala)
 - CHEFE (Francisco Milani) 
 - BLACK BOY (Nara Gil) 
 - PAI (Paulo José)
 - NICO (Caio Junqueira)
Cenografia e direção de arte: Luis Antônio Caligiuri
Iluminação: Nonato Estrela
Produção musical: Alexandre Agra
Produção de arte: Angela Freirberger
Edição: João Paulo de Carvalho
Diretor assistente: Fernando Travessoni
Assistente de direção: Tomil Gonçalves
Coordenação artística: Euclydes Marinho
Produtor executivo: Nilton Cupello
Coordenador de produção: Ricardo Raposo
Direção: Guel Arraes, Ignácio Coqueiro, José Lavigne, Paulo Afonso Grisolli
Direção-geral: Guel Arraes [1985-1988], Mário Márcio Bandarra
Tema de encerramento: "Tema de Armação Ilimitada", composta e executada por Ari Mendes
Episódios: 224, divididos em 4 temporadas.



CURIOSIDADES
  • O nome da personagem Zelda Scott é uma referência à romancista Zelda Sayre Fitzgerald, esposa do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald;
  • Para o primeiro episódio, os roteiristas escreveram uma cena em que o elenco se juntava a artistas como Rita Lee e Cazuza para acompanhar o cantor Caetano Veloso em uma interpretação de sua música "Merda". A letra da música era muito explícita e a cena foi censurada;
  • Além do surfe, os personagens Juba e Lula praticavam esportes como windsurf, motocross, enduro, ciclismo, mergulho, voo de asa delta e trabalhavam como dublês de cinema;
  • As calças com tecidos camuflados ao estilo militar usadas por André de Biase e Kadu Moliterno viraram moda no Saara, região do centro do Rio de Janeiro que concentra várias lojas de apelo popular, onde eram vendidas como “calças de Juba e Lula”;
  • Ainda no primeiro ano de exibição, "Armação Ilimitada" ganhou o prêmio Ondas de melhor série para televisão, concedido pela Sociedade Espanhola de Rádio e Televisão, em Barcelona;
  • No episódio: "Um Programa de Índio", os personagens vão parar numa aldeia indígena. Andréa Beltrão, André de Biasi, Catarina Abdala e Kadu Moliterno decidiram fazer todas as cenas completamente nus para aumentar o efeito causado pelas tarjas pretas que eram acrescentadas mais tarde na edição;
  • Após o término da série, Kadu Moliterno e André de Biasi estrelaram o programa "Juba & Lula" em 1989, mas o programa durou poucas semanas;
  • A série foi reprisada várias vezes, incluindo na faixa "Sessão Aventura" em 1988, como parte do Festival 25 Anos da TV Globo em 1990, nas tardes de domingo em 1997, e pelo canal Multishow em 2005. Em 2008, foi lançado um box de DVDs com uma seleção de episódios da série;
  • A série também ganhou uma adaptação em quadrinhos, com dois álbuns: "Operação Super-Homem" (1988) e "Uma Aventura na Amazônia" (1989);
  • A série contou com a participação de vários atores convidados, incluindo Regina Duarte, Francisco Cuoco e José Wilker;
  • Cada episódio levava, em média, 12 dias para ser gravado, o que é muito tempo em televisão;
  • O LP com Trilha musical da série foi lançado em 1985, quando uma nova geração de bandas do rock começava a surgir e a se firmar no cenário musical brasileiro, com direção musical de Nelson Motta, trazia faixas de nomes como Ultraje a Rigor e Gang 90 e Absurdettes. O disco trazia ainda o Tema de 'Armação Ilimitada', faixa instrumental composta e executada por Ari Mendes.


OPINIÃO:

“Armação Ilimitada” foi aquele raro milagre da televisão brasileira que conseguiu ser ousada, criativa e, pasmem, ainda assim fazer sucesso. Com sua edição acelerada, digna de um videoclipe, e roteiros que misturavam ação, humor nonsense e um bocado de delírio criativo, a série parecia ter sido produzida para deixar qualquer roteirista convencional em crise existencial. Afinal, quem precisava de “dramaturgia tradicional” quando se podia colocar vampiros, clones do James Bond e sereias na mesma temporada?

E não é que funcionou? A produção soube falar de liberdade, amizade e até esportes radicais, tudo embalado em um humor anárquico que parecia rir das próprias regras da TV. O mais curioso é que, apesar de datada, a série envelheceu bem — ou seja, continua “assistível”, um feito para qualquer obra dos anos 80 que não seja videoclipe do Menudo.

Claro, dificilmente conquistaria novos fãs hoje, já que o ritmo frenético de cortes e referências pop agora é regra, não exceção. Mas isso só prova como ela estava à frente do seu tempo. Armação Ilimitada foi e segue sendo um marco: uma bagunça televisiva tão divertida que acabou virando história.



Espero que tenhamos conseguido, ainda que de forma modesta, trazer a memória dos mais antigos um pouco da emoção dos velhos tempos e aos mais novos uma boa amostra do que tínhamos no passado.

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