FILMES INESQUECÍVEIS... O ÚLTIMO TANGO EM PARIS

 


Hoje vamos revisitar O ÚLTIMO TANGO EM PARIS (1972), uma das obras mais célebres — e polêmicas — de Bernardo Bertolucci. Estrelado pelo galã canastrão Marlon Brando e pela jovem e bela Maria Schneider, o filme ficou marcado na história não apenas por sua trama intensa, mas principalmente pela famigerada e controversa cena de estupro, que até hoje desperta debates acalorados entre críticos e cinéfilos.
Mais do que um escândalo, o longa acabou se tornando um verdadeiro divisor de águas, influenciando profundamente a forma como o erotismo seria tratado no cinema a partir dali. Não é uma produção para todos os públicos, mas é, sem dúvida, uma experiência cinematográfica inesquecível.
Então, prepare-se para essa viagem no tempo e venha mergulhar conosco nessa história que marcou época!


SINOPSE:
 Enquanto procura por um apartamento em Paris, um americano, cuja esposa recentemente cometeu suicídio, conhece uma jovem atraente. Na mesma hora, um deseja o outro ardentemente. O casal inicia um relacionamento sexual prolongado, mas puramente anônimo em que eles nem sequer dizem seus nomes, mas os acontecimentos vão fugindo do controle de ambos.



Título: O ÚLTIMO TANGO EM PARIS
Título Original: Ultimo Tango a Parigi (italiano) ou Le Dernier Tango à Paris (francês)
País: Itália/França
Ano: 1972
Duração: 129 minutos
Diretor: Bernardo Bertolucci 
Roteiro: Serge July, Yann Le Gal
Elenco Principal:
- Marlon Brando… Paul
- Maria Schneider… Jeanne
- Jean-Pierre Léaud… Tom
- Massimo Girotti… Marcel
Música composta por: Gato Barbieri 
Canção Original: Ultimo tango a Parigi
Produção: Claude Fenioux, Marie Genin
Fotografia: Eric Genillier, François Catonné, Jean-Claude Ducouret, Pierre Isnardon
Sonorização: François De Morant, Jean Minondo, Michele Tarantola, Thierry Blandin
Empresa produtora: Folamour
Música: Gato Barbieri
Edição: Franco Arcalli / Roberto Perpignani
Companhias produtoras: Produzioni Europee Associati (PEA) - Les Productions Artistes Associés
Orçamento:    US$ 1,25 milhões
Arrecadação:  US$ 96,300 milhões


OPINIÃO:

Apesar de sua polêmica desde a concepção, O Último Tango em Paris é amplamente reconhecido pela crítica internacional como uma obra fundamental, responsável por inaugurar uma tendência erótica no cinema de arte que perdura até hoje. A paixão imediata e intensamente sexual entre Paul (Marlon Brando) e Jeanne (Maria Schneider) rompe com os moldes tradicionais dos romances, estabelecendo um relacionamento improvável, no qual não há interesse em saber detalhes sobre o passado ou o cotidiano fora do apartamento. Nem mesmo o nome um do outro é relevante — o mistério é, para eles, um combustível vital para um desejo que oscila entre o erótico e a violência.

Bernardo Bertolucci demonstra absoluto controle sobre cada aspecto da produção. O ambiente, as cores, a iluminação — ora soturna, ora intensamente clara —, a fusão entre barroco e realismo, e a trilha sonora marcante, repleta de saxofones melancólicos, constroem uma atmosfera estética única. É um filme que deliberadamente dissocia o erótico do romântico e busca seduzir o espectador, mesmo em momentos degradantes e sombrios. O tom obscuro, aliado a imagens impactantes, traduz os devaneios do desejo e da paixão sexual, atingindo o público com a força de um golpe emocional.

Embora eu reconheça plenamente seu valor histórico e sua relevância para a evolução da sétima arte, pessoalmente considero cansativa e desconfortável a obsessão sexual que move a trama. Ainda assim, é impossível negar a competência da direção e o brilhantismo das atuações. Marlon Brando e Maria Schneider permanecem, décadas após o lançamento, como ícones que continuam a seduzir e conquistar novos admiradores pelo mundo.

Vale mencionar que, apesar da intensidade da cena de violência sexual próxima ao desfecho, o filme não apresenta sexo explícito (pelo menos não com os personagens despidos), afastando-o de qualquer classificação pornográfica. Com base em meu gosto pessoal, atribuo a nota: 7,0/10 , deixando aos curiosos a oportunidade de confirmarem por si mesmos o impacto dessa obra inesquecível.

CURIOSIDADES:

  • O conceito do filme surgiu das próprias fantasias sexuais de Bernardo Bertolucci. O diretor afirmou que sonhava encontrar uma bela mulher sem nome na rua e fazer sexo com ela, sem nunca saber quem realmente era aquela pessoa.
  • Pelo forte conteúdo erótico, o filme foi censurado e sofreu diversas restrições em vários países. Na Grã-Bretanha, os censores diminuíram a duração de algumas cenas. No Brasil, o filme só foi liberado em 1979, enquanto que no Chile, na ditadura de Augusto Pinochet, passou trinta anos proibido. Mas na Itália, a situação foi pior. Só foi lançado em dezembro de 1975, para apenas uma semana depois todas as cópias serem confiscadas pela polícia. Bernardo Bertolucci foi processado por obscenidade, sendo condenado a quatro meses de prisão e teve seus direitos civis e políticos cassados por cinco anos.
  • Assim como em filmes anteriores, Marlon Brando recusou-se a decorar suas falas em várias cenas. Ao invés disso, ele escrevia as falas em cartazes espalhados pelo set de filmagem e deixava o problema de não enquadrá-los na câmera para Bertolucci e Storaro. Durante o monólogo sobre a morte de sua mulher, por exemplo, sua dramática expressão levantando os olhos enquanto falava, não é um recurso de interpretação, mas uma procura pelo próximo cartaz. Ele chegou a pedir a Bertolucci para escrever algumas falas nas costas de Schneider, o que o diretor recusou.
  • A cena de estupro de Maria Schneider com Marlon Brando, sob direção de Bernardo Bertolucci, foi feita com o uso de manteiga, sem qualquer tipo de ciência da atriz. E, segundo o próprio cineasta, o objetivo era gravar a reação mais espontânea da atriz.
  • Alguns anos depois da produção do filme, Maria Schneider depois declarou que fazer o filme foi 'o único arrependimento de sua vida' que ele 'havia arruinado sua carreira' e que considerava Bernardo Bertolucci um 'gangster e um cafetão'. Assim como Schneider, Marlon Brando declarou sentir-se violado e humilhado pelo filme e disse a Bertolucci que 'se sentia completamente e interiormente violado por ele e que jamais faria outro filme como aquele'.
  • Vale lembrar que o filme é de 1972, Maria Schneider veio a público abertamente em 2007, o que só foi confirmado por Bernardo Bertolucci em 2013. No entanto, foi somente em 2016 que o tratamento recebido pela atriz durante a famosa cena de estupro de O Último Tango em Paris gerou uma enorme comoção em Hollywood e no resto do mundo.
  • Maria Schneider morreu devido a um câncer de mama em 3 de fevereiro de 2011, aos 58 anos, em Paris.

Gostou da postagem?

Então junte-se a nós! Siga nosso blog e faça parte de nosso grupo no Facebook. 

Junte-se a família "Memória Magazine", inteiramente dedicada a relembrar coisas boas e curiosas do passado. Ajudando alguns a reviverem boas lembranças e outros a conhecer a origem do que se vê hoje nos quadrinhos, nas animações e nos filmes...

Abaixo estão alguns links que talvez sejam de seu interesse:

Postar um comentário

0 Comentários