FILMES INESQUECÍVEIS ... EDWARD MÃOS DE TESOURA

 

Neste POST vamos resgatar a memória do inesquecível: EDWARD MÃOS DE TESOURA (Edward Scissorhands) um exótico filme da década de 90, escrito e dirigido pelo nada ortodoxo: Tim Burton. Uma obra inspirada em antigas histórias de terror e suspense, como: Frankenstein, A Bela e a Fera e O fantasma da ópera, onde os personagens, que como Edward são em essência bondosos e ingênuos, mas cuja aparência provoca a incompreensão e o preconceito e devido a isso, estes se tornam reclusos e anti-sociais. Situação essa que acaba por reforçar a impressão inicial. 

Edward Mãos de Tesoura(1990) é sem dúvidas um dos melhores trabalhos de Tim Burton. Produzido pouco depois que o cineasta já tinha dois títulos famosos - Beetlejuice (1988) e Batman (1989) - e o sucesso deste terceiro longa só ajudou a consolidar o estilo peculiar e único do diretor.


SINOPSE: Peg Boggs (Dianne Wiest) é uma vendedora da Avon que acidentalmente descobre Edward (Johnny Depp), jovem que mora sozinho em um castelo no topo de uma montanha, criado por um inventor (Vincent Price) que morreu antes de dar mãos ao estranho ser, que possui apenas enormes lâminas no lugar delas. Isto o impede de poder se aproximar dos humanos, a não ser para criar revolucionários cortes de cabelos, mas ele dá vazão à sua solidão interior ao podar a vegetação em forma de figuras ou esculpir lindas imagens no gelo. No entanto, Edward é vítima da sua inocência e, se é amado por uns, é perseguido e usado por outros.

Título Original: Edward Scissorhands
Ano:1990
Direção: Tim Burton
Roteiro Caroline Thompson
História Tim Burton

Elenco Principal:
 - Johnny Depp
 - Winona Ryder
 - Dianne Wiest
 - Anthony Michael Hall
 - Vincent Price
 - Alan Arkin

Gênero: fantasia sombria/drama/romance/comédia
Música: Danny Elfman
Cinematografia: Stefan Czapsky
Figurino Colleen Atwood
Edição: Richard Halsey / Colleen Halsey
Produção: Denise Di Novi
Distribuição: 20th Century Fox
Lançamento: 
EUA em 14 de dezembro de 1990
Brasil em 24 de maio de 1991
Orçamento:   US$ 20 milhões
Arrecadação: US$ 86 milhões 

CRÍTICA: Descrito por muitos como: "Um Conto de Fadas Moderno", Edward Mãos de Tesoura cumpre muito bem o papel de uma fábula que "brincando", trata de coisas sérias. E o excêntrico Tim Burton que geralmente já conta histórias de personagens marginais, antissociais e incompreendidos. Em contra partida, a sociedade "normal" retratada em suas obras é geralmente alienada e preconceituosa. Este filme ridiculariza a força que as pessoas fazem para serem aceitas pela sociedade, estarem dentro dos padrões de 'normalidade' preestabelecidos por ela, o quanto elas valorizam isso e criticam quem não o faz.  
A história que vemos na tela evoca a memória o clássico Frankenstein (1931), sendo Edward o reboot do mostro icônico, porém de modo genial envolto em uma aura mais infantil e contemporânea. As "mãos"de tesoura são uma grande metáfora para retratar alguém inadapto ao convívio social, assim como ressaltam uma característica pessoal supostamente ruim ou desvantajosa. Suas mãos, no inicio são uma maldição que não possibilitam nem mesmo um jantar tranquilo, quanto mais dormir em um colchão d’água. Tudo é terrível e muito difícil até que adquirem uma nova conotação a partir do momento em que são encaradas sob outro ponto de vista. Tesouras são boas em cortar, e quando manuseadas por alguém com sensibilidade, os resultados são únicos. Logo vemos Edward se tornando um gênio no design de cabelos, ao aparar os pelos de animais de estimação e até em desenhar arbustos e cuidados com jardinagem. A jornada, então, atinge seu clímax, em que o monstro se torna celebridade e é disputado por todos. Mas não por muito tempo.(Claro, né?) Um mal entendido, uma mentira bem contada, uma dose de inveja e o quadro está feito: Edward é condenado a voltar de onde veio. Não sem antes, deixar uma marca sútil e perene pelo caminho que percorreu na vida de todos. Ao invés de um felizes para sempre, Burton deixa em suspenso o destino dos personagens que, se não mais se encontram, ao menos jamais foram esquecidos.
NOTA: 8,5 



CURIOSIDADES:

  • A última atuação no cinema do ator Vincent Price (1911–1993) foi em Edward Mãos de Tesoura. No filme, sua participação se encerra com a morte de seu personagem. Tim Burton muito o admirava — tanto que realizou o curta Vincent (1982), inspirado e narrado pelo próprio ator.
  • Tim Burton já revelou que ele próprio considera Edward Mãos de Tesoura o seu melhor filme.
  • Robert Smith, vocalista da banda The Cure, foi convidado por Tim Burton para compor a trilha sonora do filme. Como nunca havia ouvido falar no diretor e estava ocupado gravando o disco Disintegration, acabou recusando a proposta. Danny Elfman, ex-líder do Oingo Boingo E que já havia trabalho com Burton em As Grandes Aventuras de Pee-Wee (1985), aceitou o convite e acompanhou o diretor na produção de outras 9 trilhas sonoras.


  • O bairro onde a história se desenvolve é real. Está localizado nos arredores de Tampa, na Flórida (EUA). Para serem realizadas as filmagens, todas as casas foram pintadas e os moradores, hospedados em um hotel. A vizinhança foi inspirada em Burbank, cidade natal de Tim Burton.
  • O visual de Edward é uma referência direta ao sonâmbulo imortalizado por Robert Wiene em O Gabinete do Dr. Caligari (1920), filme referência do movimento expressionista alemão e clássico do cinema mudo.
  • O longa foi o marco inicial da sequência de produções "Burton-Depp"

PRÊMIOS:
- Oscar 1991 (EUA)
Recebeu uma indicação, categoria de melhor maquiagem.
- Globo de Ouro 1991 (EUA)
Recebeu uma indicação, na categoria de melhor ator - comédia / musical (Johnny Depp).
- Prêmio Saturno 1991 (EUA)
Venceu na categoria de melhor filme de fantasia.
Indicado na categoria de melhor atriz (Winona Ryder), melhor ator coadjuvante (Alan Arkin), melhor atriz coadjuvante (Dianne Wiest), melhor figurino e melhor música.
- BAFTA 1992 (Reino Unido)
Venceu na categoria de melhor produção de arte.
Indicado nas categorias de melhor figurino, melhor maquiagem e melhores efeitos especiais.
- Premios Sant Jordi 1992 (Espanha)
Venceu nas categorias de melhor atriz estrangeira (Winona Ryder) e melhor filme estrangeiro.
 

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